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Agenda de Temer foi alterada após delação de Joesley, diz revista


A agenda oficial de Michel Temer foi manipulada pelo Planalto no dia 18 de maio, data em que foi deflagrada a Operação Patmos, da Polícia Federal. A ação da PF ocorreu em desdobramento à delação premiada de Joesley Batista, dono da JBS, que veio a público no mesmo dia. A informação foi publicada nesta sexta-feira, no site da revista Época.

De acordo com a reportagem, entre 11h20 e 11h30 do dia 18 de maio, servidores de informática do Planalto fizeram modificações nas agendas antigas de Temer, de quando ele ainda era vice-presidente da República. O fato foi constatado com a análise de códigos-fonte e, de acordo com o texto, teria sido modificada a agenda de Temer do dia 18 de agosto de 2014. Nesta data, o lobista do grupo J&F, Ricardo Saud, afirmou ter ido à Brasília se encontrar com Temer para informá-lo que havia obtido aval para repassar R$ 15 milhões ao PMDB para campanha eleitoral, dinheiro acertado para a compra de apoio a Dilma Rousseff. O relato consta na delação premiada do executivo, divulgada há duas semanas.

Na agenda de Temer, agora, consta a informação: “Sem compromisso oficial”. A revista declarou que submeteu os códigos-fonte das páginas na web onde estão as agendas antigas do presidente a dois peritos da Polícia Federal, separadamente, e que ambos concluíram que houve manipulação e que ela foi feita no dia 18 de maio de 2017.

Em nota enviada à publicação, o Planalto afirmou que os servidores foram de fato acessados na data, mas negou modificação. “Não houve alterações feitas por funcionários do gabinete nas agendas do então vice-presidente Michel Temer. O que houve foi apenas uma transferência dos calendários para bancos de dados para evitar problemas tecnológicos, realizada na verdade no dia 16 de maio. Essa mudança garantiu o acesso público aos dados sem problemas de confusão de informações por questões técnicas”, afirmou a assessoria do Planalto.

Já a matéria da Época cita que mais de 100 páginas das agendas de Temer foram analisadas pelos peritos e que nem todas tiveram modificações no dia 18 de maio. Na opinião dos especialistas, isso indica que pode ter havido busca por palavras-chave para escolha de datas específicas para modificação. Entretanto, a revista afirma que apenas uma perícia realizada nos servidores do Planalto é capaz de obter o histórico das páginas e confirmar se houve ou não alteração nos dados com intuito de mascarar informações e proteger o presidente Temer da investigação em curso.

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