Enfermeiros, técnicos de enfermagem e estudantes da área, lotaram o plenário da câmara municipal durante a reunião desta segunda-feira (16) para pedir a redução da carga horária da categoria. Segundo a técnica de enfermagem Neliane Ribeiro os profissionais de enfermagem de Brasília de Minas trabalham 40 horas por semana e eles querem a redução para 30 horas semanais. De acordo com ela isso seria uma antecipação de um projeto de lei nacional que já está tramitando para reduzir essa carga horária de 40 para 30 horas.
“Os municípios vizinhos já estão adotando às 30 horas como é o caso de Luislândia. Uma das questões que estão sendo aqui debatidas é a sobrecarga de serviços da enfermagem em Brasília de Minas. Hoje nós atendemos mais de 22 municípios e isso provoca uma sobrecarga terrível que prejudica o nosso trabalho”, disse.
De acordo com Neliane o vereador Marcos Veloso já enviou o projeto para a apreciação do prefeito há uns 15 dias, agora os profissionais da área querem que o chefe do executivo devolva a matéria para apreciação e votação na casa legislativa.
“Hoje nós viemos aqui para demonstrar o nosso interesse no assunto e pedir ao prefeito para que ele devolva o projeto para câmara pra que o mesmo seja analisado pelos vereadores. Essa redução é uma tendência nacional e a gente queria que o prefeito de Brasília de Minas antecipasse uma vez que a gente trabalha para vários municípios”, completa.
A presidente do sindicato dos servidores municipais (SINDSERV), Maria Geralda Ribeiro, disse que Brasília de Minas pratica um regime especial de 12 por 36 que acarreta um grande desgaste nos servidores.
“Com esse regime o profissional trabalha mais de 180 horas por mês e isso provoca um enorme desgaste nos servidores. Os plantões de 6 horas seria o ideal para o pessoal trabalhar bem e atender bem e com isso todas ganharia, tanto a classe trabalhadora como também os pacientes”, ressalta.
O vereador Marcos Veloso disse que ele fez a indicação do projeto ao chefe do executivo, pois é uma matéria que pode gerar gastos aos cofres públicos, por isso o vereador não pode apresentar proposta de lei na câmara. Segundo ele, o projeto é de fundamental importância para uma boa gestão da saúde.
“Esse projeto pode gerar uma despesa para o município, mas entendemos que há capacidade do município em costear isso, é um custo que vai gerar benefícios futuramente com servidores mais satisfeitos. O que parece ser um gasto pode ser um ótimo investimento em qualidade de trabalho brevemente”, disse o vereador.
O líder do prefeito na câmara municipal, vereador Claudio Antônio, declarou apoio à classe, mas segundo ele tudo precisa ser feito com muita responsabilidade.
“O prefeito tem a consciência de demanda é válida porque quanto menos o funcionário trabalha mais ele produz, mas ele tem que ter a responsabilidade e o compromisso fazer uma gestão que não comprometa os demais cargos. Aqui na câmara todos os vereadores se propõem a defender a classe dos enfermeiros, então nós vamos ver o que pode ser feito ainda nessa gestão”, disse o parlamentar.
O presidente da câmara, vereador Jean Rodrigues, disse que o poder legislativo fez sua parte quando o vereador Marcos Veloso indicou o projeto. Segundo ele, agora depende do poder executivo.
"A prefeitura recebeu a indicação desse projeto no dia 3 de maio. Agora cabe ao executivo elaborar ou não o projeto de lei. Essa situação fica exclusivamente na responsabilidade do poder executivo. O que a câmara poderia fazer já foi feito", disse Jean Rodrigues.