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Edite de Jesus

Especialista em psicopedagogia clínica e institucional e neurociência.

Email: editejesus@yahoo.com.br 

GERAÇÕES

 

É possível que após alguns anos compartilhando aqui algumas ideias, refletindo diversos assuntos já tenhamos abordado o tema autoridade. Todavia me sinto inquieta, impulsionada a provocar mais uma vez essa reflexão. O fato de me sentir tão inquieta, talvez seja porque cada vez mais as relações se confundem, e por estar imersa em um contexto muito diverso com sujeitos de variadas culturas, ideias e idades.  Profissionais do RH foram pioneiros em buscar entender as gerações para compreender e minimizar conflitos entre funcionários de empresas.

 

Recorro a essa proposta de entendimento dos sujeitos a partir das gerações, afim de inferir alguns padrões ou repertório de comportamentos. Para melhor entendimento, pontuamos as gerações definidas por alguns estudiosos do assunto:  baby boomers, x,y,z,  e alfa. A chamada geração veterana são os que sobreviveram um período entre as duas grandes guerras. Os babys boomers nasceram no pós guerra. Após meados dos anos 40 com o fim da segunda guerra mundial os soldados retornam para suas casas e houve um “boom” de nascimentos de bebês. Essa geração nascida entre da década de 40 a 60  tem como característica principal padrão de vida estável, sabe o que quer, não se deixa influenciar por terceiros. Da década de 60 a 80 temos a chamada geração x,  filhos dos baby boomers, que tem como característica principal a rebeldia, ruptura com os valores das gerações anteriores, busca dos seus direitos e procura por liberdade. Da década de 80 aos anos 2000 temos a geração y, é uma geração que busca sempre novas tecnologias, vivem conectados, preferem computadores a livros, estão nas redes sociais. Existe uma pequena subdivisão de 1991 a 2000 denominada geração W, mas sem grande diferenciação apenas para demarcar jovens nessa faixa que ainda não podiam se inserir no mercado de trabalho. De 90 a 2010 a chamada geração z, refere-se ao “zapear”, tem como característica principal alta conectividade e senso de responsabilidade social. Após 2010 temos a geração denominada até o momento de geração Alfa, ainda não caracterizada de forma precisa, mas que sabemos com acesso infinitamente maior à informação.                                                        

 

É possível perceber que assim como o perfil muda a cada geração as relações se enfraquecem e o sentido de autoridade também. Não é que penso que o sentido hierárquico relacionado a autoritarismos, resquícios das ditaduras sejam benéficos, longe disso. O problema é que o sentido de autoridade, especialmente, que deve ser exercida pelos pais se tornou cada vez mais escassa.  A referência de adulto está em declínio e isso afeta sobremaneira as relações nas famílias e a convivência em sociedade. Essa situação é visivelmente forte para a chamada geração Alfa, que de acordo com pesquisadores, ainda não tem suas características bem definidas. Porém é possível notar especialmente nas crianças com idade média de 04 anos, não como regra, mas de forma alarmante, crianças nessa faixa etária com baixa tolerância a regras, intolerância a frustrações, arrogância e tentativa de prevalência de suas vontades, sem contar uma forte tendência à violência.

 

Talvez por conflitos entre gerações, adultos se queixam de não conseguir se relacionar com essas crianças, pais dizem não saber o que fazer e perderam o controle, se é que um dia existiu.                                                                                                                          

 

O assunto não se encerra aqui. Mas há um pergunta inquietante. Se os pais não conseguem educar essas crianças, professores dizem o mesmo, quem conseguirá? De qualquer modo fiquemos atentos ao que nos indica e os desafios da geração “Alfa”.

 

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